domingo, 25 de janeiro de 2009

De volta à vida...

Amanhã recomeço a vida normal... Retorno ao trabalho e ao planejamento final para que as aulas recomecem... Nunca tinha tirado férias longas na vida, dessas de trinta dias... Confesso que, por muito tempo, achei que isso fazia deveras mal à minha imagem de profissional (iam me achar preguiçosa ou coisa assim) e preferi picar as férias em micro pedacinhos de 7,10 dias...

O fato é que o mundo não parou durante a minha ausência... Talvez uns tenham trabalhado um pouco mais, outros tenham sentido minha falta e mais alguns sequer notado que eu me retirei do mundo por alguns dias... Me retirei tão comprometidamente que "sumi" daqui do blog também... E dos e-mails, do orkut, facebook, linkedin, do msn e de onde mais consegui me isolar...

Por que?

Simplesmente pra organizar a cabeça, as idéias, as N mudanças na minha vida... A fotinho aí de cima é uma prévia da pintura da minha nova casa... Uma parede branca ganhando, pouco a pouco, cores... Como a minha mente, depois de ficar esvaziada por praticamente 30 dias...

Estou me mudando pra outro lugar, deixando o eixo Pinheiros-Vila Madalena que me acolheu nesses três anos que já estou fora da casa da minha família em São Bernardo... O novo lugar tem um quê de especial, afinal de contas depois de milhares de anos, se eu for uma boa pagadora e tudo der certo, ele será meu... Ok que não poderei mais caminhar de sacolinha de palha pra fazer compras e passear à toa, não é tão hype como a Vila Madá... Mas terei mais verde perto de mim e ficarei mais perto do trabalho de da família... Os famosos trade offs...
Além da mudança de casa, estou trabalhando fortemente a mudança da minha cabeça... Porque eu abraço muitas coisas que, por vezes, não deveria abraçar... E, em outros momentos, deixo adormecer sonhos de vida porque não tenho braços para segurá-los... Dois mil e nove será o momento de rever esse comportamento, de eu olhar o que quero para minha vida de verdade, de saber a hora do "deixar ir" e do "pular de cabeça"...
Confesso que, ao imaginar que amanhã cedo "volto à vida normal", já sinto frio na barriga e um mix de ânimo e desânimo juntos... O que será de mim em 2009 agora que o ano efetivamente começou?

Hummm... aguardem os próximos capítulos, aqui mesmo !!!

domingo, 18 de janeiro de 2009

A influência da dance music dos anos 90 em minha vida...

Meus amigos mais próximos talvez, ao ler esse post, me desejem uma morte horrível... Afinal de contas quem vai ao Radiohead, frequenta Milo Garage e congêneres faz um post pra falar do tipo de música mais tosco que dominou a década de 90...

Bom, sou uma pessoa eclética... e mais do que um gosto musical mega variado, tenho que admitir que passei boa parte da minha adolescência alternando meus álbuns entre Guns, Pearl Jam e Nirvana com os "7 melhores da Jovem Pan"...

As músicas tinham uma qualidade de letras péssima (vide uma amostra abaixo), normalmente eram cantadas por uma voz feminina e tinham umas intervenções de vozes masculinas que "falavam" algo pouco relevante e normalmente nada a ver com a letra de viés romântico-pegajoso da canção...

Eu nem consigo lembrar de tanta gente que fazia sucesso naquela época, mas haviam grandes nomes que até hoje passam pelo Brasil pra "relembrar" os velhos tempos como o Double You, Nicki French... Podia passar horas lembrando de todo o povo: Gala, Scatman John (RIP), Ace of Base e mais uma tonelada deles... Basta dar uma olhadinha no Youtube e lá estão com sua estética "anos 90", modas que já passaram e comentários de pessoas da minha faixa de idade lembrando com saudades desses tempos...



Um fato curioso é que a grande maioria das celebridades desse tipo de música surgia na Itália que fabricava grupos de dance music à profusão... Por que esse país? Não sei e se alguém souber a resposta, aceito muuuito saber !!!


Quem é meu contemporâneo vai lembrar provavelmente da Corona e sua pérola "The rhythm of the night", que rendeu até uma matéria no Fantástico contando a história da pobre brasileira que foi morar na Itália, virou dançarina e de repente virava uma "celebridade"...

No auge do meu ócio às vezes penso em caçar na web que fim levaram as trocentas mil duplas, bandinhas ou cantoras desses tempos, mas desencano... Me contento com toneladas de músicas daqueles tempos em mp3 que me acompanham no trânsito e fazem minha alegria a muitos e muitos kms por hora quando pego a estrada e canto junto a plenos pulmões "Did you ever really love me?","Freed from desire" ou cantarolo os "pe pa pa pa ra po" de Scatman...
Antes que alguém me pergunte o que leva um ser humano de bom gosto musical a consumir música de qualidade pobre, refrão sem eira nem, beira e batidas eletrônicas histéricas, vai a minha resposta pura e simples: o desejo de resgatar mentalmente um bom tempo que não volta, as matinês em danceterias com minhas amigas (quem era de SP ia no Resumo da Ópera e congêneres e quem cresceu, como eu no ABC, se acabava na falecida Twist´s), os tempos de ficar deitada na cama pasmando pensando na dor de cotovelo juvenil, ouvir rádio e gravar em fita as músicas da moda, de achar estudar uma coisa chatíssima (pois é mal sabíamos nós que ainda ficaria mais chato... rs),de brigar com os pais sem motivo e achar aquilo o fim do mundo...

Tudo, no fundo, é uma forma da mente, hoje tomada por 500 obrigações adultas, encontrar um conforto em memórias leves de um tempo em que as preocupações eram tão fúteis quanto as letras profundas dessas músicas...

E, pra quem não viveu essa época, fica aqui uma letra e música pra ouvir e tentar imaginar como era ser adolescente nos anos 90, com TV a cabo despontando, MTV em UHF com transmissão de qualidade duvidosa, aparelhos de som caros, internet engatinhando...

I got my eyes - OBT

I got my eyes on you
And there's no one else
And there's no one else in this room
We'll have some fun
We'll have some fun dancing on the moon
And when the morning comes
And when the morning comes
I'll be close to you
Forget the things you had
Then baby what you are
Let the DJ play tonight
'Cause the music's always right
We're with you
Forget the things you had
Baby what you are
Let the DJ play tonight
The music's playing loud alright
Till the morning light
And I feel you

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Once geek, forever geek...

Eu já quis tatuar essa frase em mim...

Porque afinal de contar alguém que aos 7 anos ganhou um livro de "programação de jogos basic" do pai de presente e até hoje é uma maníaca por gadgets eletrônicos, web e toda sorte de coisas de computador é fato que não deixarei de ser nerd (ou geek como os gringotes falam, é mais bonitinho!).

E nessa vibe de orgulho nerd, ontem eu jogava jogos de Atari em um emulador no vídeo game que já rendeu outros posts por aqui. E entre River Raid, Enduro e congêneres esbarrei num jogo de ET o Extraterrestre... Tosco como a maioria dos jogos que nos divertia na infância...

Eis que esse extrapolava a tosqueira gráfica e temática estúpida e, ao conversar com o namorado - outro geek, ele me contou que esse jogo era responsável por uma das maiores lendas urbanas lá dos EUA... Aí pirei e lá passamos mais de hora escaranfunchando a internet pra saber mais...

Contando de forma simplificada: a Atari acabava de se tornar um conglomerado nos anos 80 e foi vendida pra Warner que quis fazer o maravilhosos projeto de licenciar os direitos do filme ET pra fazer um jogo pro vídeo game... Até aí factível...

Porém eles quiseram bolar isso tudo em 6 semanas: programação, divulgação e tudo mais... Coxa total... coroado pela maravilhosa idéia de produzir 5milhões de cartuchos... Mais cartuchos do que vídeo games? Sim... pasmem... Diante desse preju colossal que antecedeu a quebradeira da indústria de games, eles enterraram milhares de cartuchos num deserto...

Fala que a história não é óootema ??? Eles* acharam também e utilizaram de mote pra um clipe...



E aí alguém me pergunta: o que essa informação agrega pra mim ???
Hummm... como eu disse... once geek, forever geek... :P

*Ah, se ficou a curiosidade a banda chama-se Wintergreen e a música que é legal chama-se "When I Wake Up"

domingo, 4 de janeiro de 2009

Preguiça da vida...

Depois de um período de fugere urbem é custoso começar a voltar pra vida normal... Felizmente estou de férias, mas confesso que - pela primeira vez na vida - deu uma vontadinha súbita de largar as coisas e cair na vida, mais precisamente, de comprar um canto no meio do nada e ver as montanhas verdes, ouvir a cachoeira no fundo de casa e assistir o sol nascer sem poluição, no céu limpinho...

Numa das andanças cruzei com uma artista plástica que trocou uma vida X por uma casa de fazenda dessas antigonas com fogão de lenha... Doideira? Talvez... Mas ela tinha uma visão excepcional na porta de casa, uma nascente de águas límpidas no quintal e nenhum medo de não fechar a porta da casa à noite... Quem será é mais feliz? Ela na vida despreocupada dela ou eu na minha vida executivinha-docente-wannabe amélia-hype-jovial?

Se alguém me propusesse isso há algum tempo atrás eu simplesmente gargalharia e acharia a pessoa uma doida... Largar meu carro? Meu emprego? Meu apartamento? A badalação? Mas eu passei dias sem nada disso* e cá estou eu vivinha da silva, renovada e perguntando: será que eu preciso de tudo o que acho que preciso?


Humm... uma boa indagação de começo de ano!


* apesar da estética despojada-hippie desse texto, vale lembrar que o carro esteve presente nesse ínterim... afinal não dava pra chegar a pé né? Pela quantidade de lama e o estado do dito cujo na fotinho dá pra sacar que o lugar não era dos mais fáceis de se circular... hehehe